Transtorno Obsessivo Compulsivo
Excesso de pensamentos (obsessões) que leva a comportamentos repetitivos (compulsões).
Obsessão vem dos pensamentos que a pessoa não tem controle. Eles incomodam, tiram a concentração, irrita, amedrontam, e até, numa fase mais aguda, paralisam a pessoa. Sabe aquele pensamento que não sai da cabeça e quando você fala para outra pessoa, ela fala que você tem que parar de pensar nisso, o fato é: Como parar?
Esses pensamentos parecem que vão enlouquecer, alguns deles soam como ordem, se você não fizer, algo muito ruim pode acontecer. A solução está com você, só é ir e fazer o que o pensamento manda que o alívio vem. Mas esse alívio dura pouco, logo vem outro pensamento dominado você, o obrigando a seguir o ritual.
Sua mente é poderosa, ela te faz acreditar coisas que você sabe que não é lógica, mas que você faz para ficar em paz com sua consciência, para ter um pouco de alívio, não é mesmo?
Se os pensamentos mandam, o corpo obedece. Obedece quantas vezes ele exige. Fechar a porta uma, duas, três, dez vezes. Voltar para monitorar o gás. Lavar as mãos diversas vezes com sabão já não é suficiente, agora tem que desinfetar com álcool? Esses comportamentos repetitivos são as compulsões.
Pensar sem controle: Obsessão
Ação sem controle: Compulsão.
Já percebeu que a pessoa com TOC segue um ritual e só a alivia se seguir o passo a passo de como deve ser feito. Se não o fez corretamente, volta e faz e novo.
Estranho? O TOC nasce de uma repressão de sentimentos e culpa. A pessoa procura então a perfeição para se livrar do castigo que pode sofrer por ter errado. A pessoa acredita fortemente que ela tem o poder de mudar muitas coisas, que isso está em suas mãos. Sempre que se fala em TOC se remete ao controle. Necessidade exagerada de controlar.
Como diferenciar o TOC de hábitos?
O TOC vem com ritual, onde a pessoa tem que fazer todos os dias da mesma forma, seguindo um passo a passo, seguindo uma ordem. Se há um imprevisto, isso incomoda fortemente a pessoa com TOC. A pessoa que tem hábito (ou a que é metódica) é mais flexível com imprevistos e mudanças, pode falhar alguns dias que consegue dar continuidade às atividades sem fortes incômodos. A pessoa com TOC paralisa ou fica com pensamentos obsessivos caso não consiga cumprir seu ritual.
Assim, podemos destacar que o TOC causa exagerados incômodo e vai atrapalhando a execução das atividades do dia a dia, pois a pessoa começa a se perder no tempo em busca da perfeição. O TOC aflinge, a pessoa vai sendo obrigada a seguir os comandos de sua mente para se libertar daquela ordem imposta pelos pensamentos obsessivos. Caso não faça o que a mente manda, vai entrando em um forte grau de ansiedade ou angústia até que consiga fazer e se sentir aliviada.
Ela pode começar a esconder esses comportamentos dos outros pois reconhece que está agindo diferente da maioria das pessoas.
O TOC fica muito claro pois ele incomoda, deixa a pessoa com peso na consciência, atrapalha nas atividades do dia a dia, os que estão por perto percebem. A tendência é de aumentar de intensidade com o passar do tempo, caso não seja tratado.
Isso é TOC?
Tem tantos comportamentos que podem ser TOC, vou citar 2 dele aqui, que normalmente se identifica numa terapia, desde que o psicólogo ou psiquiatra seja especialista no tema.
Case 1: Um paciente passa por uma dificuldade e relata que sempre que gera ansiedade ele precisa ir para a casa dele, antes de ir para casa liga para o irmão ou namorada e chama um deles para se encontrarem lá. Quando chega em casa, conversa com o irmão ou namorada, relatando o motivo da preocupação(que é sempre o mesmo) e faz o ente querido falar coisas que o faça se sentir protegido. Detalhe, ele exige que o ente querido repita as mesmas palavras que ele acredita que o faz se sentir melhor.
Como foi identificado o TOC? Pensamentos obsessivos e fora de controle que o leva a se desconcentrar no trabalho e não consegue dar continuidade. A parte da compulsão está na ida para a casa, com o mesmo cenário e pessoas, seguindo um passo a passo, determinado por ele que o faça se sentir aliviado da angústia.
Case 2: Um paciente começa a ter desarranjos intestinais, indo diversas vezes ao banheiro. Mesmo passando nos melhores especialistas, a dificuldade se mantinha, cada vez com menos controle e mais medo de passar por situação vexatória (não dar tempo de ir ao banheiro). Começou a ter o ritual de só sair de casa após ir ao banheiro por 3 vezes, para fazer o número 2, isso num período de 2 horas, pela manhã. Passou a evitar quase tudo fora de casa, que não tivesse um banheiro perto e vazio. (shopping no final de semana era difícil pois o banheiro poderia ser distante ou estar cheio), correr o parque também não, exercício físico, viajar, estar com amigos, evita quase tudo. Deixa de viver. Os prazeres na alimentação não existiam mais, só se alimentava com alimentos funcionais. Bem, identificado o TOC: Ritual de ir ao banheiro para não acontecer algo ruim. Estava acordando cada vez mais cedo para conseguir dar conta do ritual, sem se prejudicar muito no trabalho. Detalhe, final de semana não tinha regra a seguir, a menos que fosse sair de casa cedo. O tratamento foi mais lento devido a resistência do paciente em tomar medicação, mas ele voltou a fazer suas atividades do dia a dia, sair com amigos, praticar atividade física e o mais importante, ia ao banheiro uma a duas vezes, e alguns dias não ia mais. Se arrumava em 30 minutos e não mais esperava 2 horas para sair de casa, ou seja, não existia mais ritual.
Vamos falar sobre tratamento?
Ele é feito com terapeutas da linha cognitivo comportamental, pois primeiro precisa identificar quais os comandos que a pessoa formou (sem perceber) que a leva a seguir essas ordens da mente. E depois de conhecer como a pessoa funciona, usa-se técnicas de mudança de comportamento. Se o estágio do TOC estiver em grau leve, talvez se consiga bons resultados sem medicação, caso contrário, é necessário fazer em paralelo um tratamento com psiquiatra ou homeopata.
Cura? A ciência diz que não, mas eu, que sigo a linha cognitivo comportamental, acredito sim em cura, acredito que tudo que não volta, foi curado, se 1 pessoa não entrou em crise, a minha tese diz que ela foi curada. Volto a dizer, essa é uma verdade minha, eu acredito nisso, apesar da ciência dizer que há tratamento. Ainda que muitas pessoas tenham reincidência, há aquelas que não têm, logicamente, essas são em número muito menor.
Bem, espero ter contribuído com o conhecimento na psico-educação da TCC (Terapia Cognitivo Comportamental).
Pessoas com TOC, não é saudável viver refém de comandos de sua mente, precisando de fazer coisas para se sentir aliviado. Acredito que não se lembram mais a outra forma de viver. Busquem ajuda, volte a viver a maios parte do tempo sereno e em paz. Sim, é possível!
Busque terapia, acesse o site da ASTOC – Associação Brasileira de Síndrome de Tourette, Tiques e Transtorno Obsessivo Compulsivo Link: http://www.astoc.org.br/source/php/014.php
Veja os critérios de diagnóstico do TOC, segundo a Organização Mundial da Saúde. Link: http://diasparaviver.blogspot.com.br/2016_04_01_archive.html
Um forte abraço, Psicóloga Ednea Dias
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