O aumento significativo no número de ligações de pacientes com tentativas ou ideias suicidas nos fez escrever sobre esse tema: O sentido da vida.
Nos deparamos com uma grande procura a uma série chamada 13 Why Reasons (13 porquês/razões) e jovens adolescentes se motivaram para expressar sentimentos latentes de bulling e vontade de morrer. Em seguida, no jogo da vida real, inconformados, acompanhamos casos de jovens adoecidos, que seguiam um jogo com o desafio final de se suicidarem, a famosa baleia azul.
Até os heróis passam por dificuldades emocionais. No filme “Liga da Justiça”, culpa e depressão rodeiam os conflitos de Batman e Ciborgue, mas meu foco aqui é relacionar o poder do personagem do filme com o poder dos personagens da vida real. O personagem principal, superman, morreu e o super poder dele estava fazendo muita falta para o mundo. Todos os heróis precisavam juntar forças para destruírem o “mal”. Cada herói tem um poder específico e seu diferencial no mundo, mas nem sempre o reconhece. Exemplo disso no filme são os personagens “flash e Ciborgue”, inseguros com suas capacidades, precisaram que outros acreditassem em seus poderes para reconhecê-los.
O fato é que muitas vezes não percebemos que temos super poder, e quando não descobrimos nossa força, quando não ativamos o herói que existe em nós, podemos fazer avaliações disfuncionais sobre nós e nossa existência.
O aumento significativo no número de ligações de pacientes com tentativas ou ideias suicidas nos fez escrever sobre esse tema: O sentido da vida.
Percebemos que a doença emocional está em seu grau mais alto de gravidade. O que leva uma pessoa a escolher, entre tantas outras opções, parar seu coração, calar seu barulho, silenciar seu pedido de socorro? Resposta: Vazio existencial.
Essas pessoas se perguntam: Por que viver? Para que viver? Qual minha missão de vida? O que estou fazendo aqui? Será que sou um estorvo no mundo? Quem vai sentir minha falta? O sofrimento acomete grande parte de seus dias, de suas noites. Diante da falta de resposta satisfatória, da tortura de viver, faz a última escolha de sua vida. Com essa escolha, não haverá mais questionamentos, noites frustrantes, acordada no silêncio da solidão da madrugada, sofrimento, desespero…
Desespero se dá quando não enxergamos sentido no sofrimento… quando não percebemos maior o aprendizado e trazemos o holofote apenas para o sofrimento. A cada situação difícil se questione: o que a vida tenta me ensinar? O que tenho que aprender com isso? A pessoa pode até passar por um processo de transformação em que a vitimização esteja presente: Por que fui o escolhido? Eu não merecia isso. Por que fizeram isso comigo? Estou assim por causa de tal pessoa…, etc. Essa fase pode fazer parte do processo, porém, não se deve parar nela – vítima da vida.
Primeiro passo é reconhecer que você é um ser de transformação, que pode alterar qualquer cenário em sua vida, ainda que seja a médio ou longo prazo, ainda que a alteração seja na sua visão, pensamento, sentimento e comportamento diante da situação, do cenário. Tudo depende de um processo, onde a transformação normalmente não é imediata. Por se tratar de um processo, pode não ser simples, mas com toda certeza: é possível.
“A vida nunca deixa de ter sentido, mesmo em sofrimento extremo ou na morte”
A morte pode ser vista, em suas diferentes perspectivas e aqui vamos trazê-la como incentivo à realização. Se fôssemos imortais, poderíamos cair na procrastinação e não ter motivação para as ações do aqui agora. Por que fazer agora se não vamos morrer nunca? Bem, com essa visão boa da morte, podemos agora pensar na razão boa da vida.
O que é o sentido da vida? É igual para todos? Como descobrir nossa missão? Nosso propósito diante do mundo?
Primeiro alerta: Seja responsável por tudo que acontece em sua vida. Ai você vai falar, mas tem coisas que acontecem que eu não tenho como controlar. Um acidente, uma decisão de outra pessoa que impacta em minha vida, etc. Perfeito, chamamos isso de circunstâncias da vida, que não são controladas por você. Mas, ainda assim, você pode controlar sua atitude diante dessas circunstâncias. E, sua atitude que vai direcionar você para seu caminho. Sua atitude te fortalece diante de difíceis situações.
“Tome a decisão de querer ser quem quer, apesar das circunstâncias”
Segundo alerta está interligado com o primeiro: Fuja do processo de vitimização. Aceite que tudo que acontece em sua vida tem um propósito: Aprender. Esse aprendizado além de te elucidar para alguns comportamentos assertivos ou construir uma visão diferente sobre aquele acontecimento, tem o propósito também de te fortalecer.
Quando conseguimos triunfar diante do sofrimento, fazemos de uma tragédia, um triunfo pessoal…
nos vemos mais vitoriosos do que vitimas, nos vemos fortes, nos vemos capazes, nos orgulhamos de nós mesmos.
A coisa mais séria que cada pessoa vivida e pungentemente reconheceu, cada uma por si própria, é que toda e qualquer abjuração da virtude da espécie, todo e qualquer crime contra a nossa própria natureza, todo e qualquer ato maldoso, cada um sem exceção, se registra no nosso próprio inconsciente e faz com que nos desprezemos a nós mesmos. Karen Horney usou uma boa palavra para descrever essa percepção e recordação inconsciente; ela falou de “lançamento”. Se fazemos algo de que nos envergonhamos, isso é “lançado” a nosso descrédito, se fazemos algo honesto, ou admirável, ou bom, é “lançado” a nosso crédito. Os resultados líquidos, em última análise, só podem ser uma coisa ou outra: ou nos respeitamos e aceitamos, ou nos desprezamos e sentimos desprezíveis, inúteis e repulsivos. Os teólogos costumavam [pág. 29] usar a palavra “accidie” para descrever o pecado de não fazermos da nossa vida o que sabíamos que podia ser feito.
Por fim concluímos:
O sentido da vida é único para cada um, é uma busca presente que nos move ao futuro. É olhar para frente e conhecer o que nos move, se necessário, ressignificando verdades, reconstruindo pensamentos, remodelando comportamentos.
Prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo Raul Seixas
É uma transformação de nossa visão de mundo.
O sentido da vida é algo que se experimenta emocionalmente o que nos faz sentir reconciliados com o universo ao nosso redor.
Dá vontade de viver ao ponto de nos dar coragem para morrer.
O sentido da vida é um sentimento.”
Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses. Rubem Alves
Fontes bibliográficas:
– Introdução à Psicologia do Ser, de Abraham H. Maslow
– Educ e Filos., Uberlândia, 5(9):129-134, jul./dez.1990
– Em Busca de Sentido – Viktor E. Frankl
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