Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas?
Falemos de apego em relações amorosas.
Você certamente já conheceu alguém ou se pegou apaixonado(a) por uma pessoa que lhe traz problemas.
As relações afetivas não se repetem, elas obedecem a uma linha especial e história particular de cada um. Para que você se livre da dependência afetiva primeiro deve identificar e aprender a superar os medos que se escondem por trás do apego irracional, melhorar a auto-eficácia, levantar a auto-estima e o auto-respeito, além de desenvolver estratégias para resolução de problemas e para ter um maior autocontrole.
Uma boa relação, precisa bem mais que afeto em estado puro! A ideia não é reprimir o desejo natural que surge do amor, mas fortalecer a capacidade de se libertar quando preciso!
O dependente afetivo pode se encontrar sobre duas formas, aquele:
dependente-ativo: ciumento, com ataques de ira, hipervigilante, controlador;
dependente-submisso: dócil, obediente, submisso, para tentar agradar e evitar o abandono.
Pessoas que desenvolvem uma dependência afetiva, geralmente, possuem de fundo uma:
a) baixa tolerância ao sofrimento;
b) baixa tolerância à frustração;
c) ilusão de permanência.
São pessoas que podem possuir uma baixa inteligência emocional, tendo dificuldades frente a situações que envolvem frustração, sofrimento e incerteza. Podendo algumas dessas pessoas, estancar o seu crescimento emocional em algumas áreas, ainda que em outras funcione maravilhosamente bem.
A baixa tolerância ao sofrimento limita à alguém que renuncie algo que goste, apesar das consequências danosas. É uma pessoas que não sabe sacrificar o gozo imediato pelo bem-estar a médio e a longo prazo, carecendo de autocontrole.
A atitude de querer ter tudo sob controle é um comportamento inocente, mas pouco recomendável. Essa é a ideia que se alimenta alguém que tem baixa tolerância à frustração. Muito apaixonados não decodificam o que seu parceiro quer, pensa ou sente, ou ignoram como se não existisse. Às vezes é sequer amor pelo outro, mas orgulho e necessidade de vencer. Ainda que seja difícil para alguns entender, as outras pessoas têm o direito e não o dever de nos amar!
O último esquema de dependência afetiva é a ilusão de permanência, quando nos ligamos a algo ilusório, transitável e incontrolável pode originar muito sofrimento.
Os “Três Mensageiros Divinos” : a doença, a morte e a velhice, não perdoam! Podemos nos agoniar ou aprender com a realidade, porque muitas vezes o caminho não segue a realidade que gostaríamos.
Não significa que não existam casamentos duradouros, mas os rompimentos existem e são mais comuns do que se pensa. Alguns casamentos não são outra coisa senão um sequestro em comum acordo.
A capacidade de perceber como é o relacionamento de fato e não como gostaríamos que fosse é imprescindível para se tomar decisões acertadas, aqui vão algumas distorções de pensamento mais comuns que impedem de enxergar o relacionamento com base de realidade:
1) “Ele me ama, mas não percebe”
2) “Os problemas psicológicos o impedem de me amar”.
3) “Este é o seu jeito de amar.”
4) “Ele me ama, mas tem impedimentos externos.”
5) ” Ninguém é perfeito” ou ” Há casais piores.”
6) “Ainda me telefona, ainda me olha, ainda pergunta por mim.”
7) “Ainda fazemos amor.”
8) ” Ainda não tem outra pessoa.” Ou “Ainda está disponível.”
9) “Vai perceber o meu valor.”
10) “Meu amor vai curá-lo”
11) “Tentarei novas estratégias de sedução.”
12) “Seremos somente amigos ou amantes.”
13) “Vou deixá-la (lo) aos poucos.”
14) “Deus vai me ajudar” ou “Fiz meu mapa astral..”
Seu companheiro(a) deve acima de tudo amar e respeitar você, sem justificativas. Defender o amor recíproco é aceitar que todos os seres humanos são valiosos, inclusive você! Continuar em uma relação ruim lhe tira o direito de amor, porque você seria cúmplice da sua infelicidade. Para quem tem coragem, a vida sempre oferece uma oportunidade, uma maneira de começar de novo e limpar o passado.
Aqui vão algumas dicas para prevenir a dependência afetiva:
1) Se questione, explore o ambiente e veja o que o mundo tem para lhe oferecer!
2) Tome conta de si mesmo e defenda o seu espaço!
3) Aprenda a ser feliz com a sua própria companhia, faça as pazes com a solidão, ela afaga !
4) Desenvolva seus talentos e habilidades, compreenda e aceite a sua importância no Universo!
5) Aumente a sua auto-estima e confiança em si mesmo!
6) Caso seja difícil de conseguir sozinho: faça terapia!
Por Virna Lima
Psicóloga Cognitiva Comportamental