Fala-se muito da terapia cognitivo comportamental  (TCC), os médicos cada vez mais indicam para esse tipo de tratamento, e encontra-se poucos psicólogos especializados nessa linha. Vamos ver como é um tratamento sob orientação da TCC.

A terapia cognitivo comportamental (TCC) traz foco na mudança de comportamento através do entendimento dos pensamentos distorcidos. O pensamento leva a pessoa a ter um sentimento sobre aquela situação e o sentimento é que conduz z ação. Assim, quando se flexibiliza o pensamento, o sentimento muda e, consequentemente o comportamento também. Focamos no PENSAR – SENTIR – AGIR.

Iniciamos o tratamento em busca de entender o paciente com sua visão do mundo, do outro e de si. Entender como a pessoa “funciona”, quais são seus comportamentos repetitivos,  suas crenças centrais, suas reações às situações de estresses, seus “mecanismos de defesa”.

Com esse entendimento, SEM JULGAMENTO, vamos trazer técnicas de mudanças de comportamentos. A TCC faz acompanhamento sobre a agenda do paciente, é muito interativa, psicólogo e paciente conversam bastante, existe a chamada psico-educação, onde estudamos individualmente cada situação, se houver diagnóstico vamos conhecer suas particularidades e os sintomas que o paciente traz que seja da doença, que faz parte de sua personalidade,os sinais de alerta na recaída, e prevenção dela nesse momento (um passo antes, onde ainda se há controle para evitar uma crise), temos atividades semanais para colocar em prática o que conversamos na sessão.

Enfim, o paciente se desarma e de fato se entrega para o tratamento pois ele perceber como é seu “modus operandi”, perceber que repete seu ciclo de comportamento, e que pode alterar para ações mais assertivas, traz muita expectativa de um futuro mais harmonioso e feliz.

Vamos pensar na depressão. Muitos pacientes chegam à terapia e relatam muita culpa por estarem muito “preguiçosos”. Na psico-educação, ele conhece os sintomas da depressão e entende que o desânimo é um deles. E então, entende que ele não está preguiçoso, e sim com um diagnóstico onde o desânimo é um sintoma, e, assim como não é sua culpa ficar doente, não é sua culpa apresentar o sintoma da doença (preguiça/desânimo).

A terapia cognitiva tem uma contribuição diferenciada para auxiliar no tratamento de depressão. Segundo Beck, o pai da Terapia Cognitiva, a depressão é considerada um transtorno de pensamento e não um transtorno emocional. Ele propõe que os depressivos “sofrem” de uma vulnerabilidade cognitiva (como se fosse uma falha no processamento da ideias, que causará portanto uma falha no conteúdo das mesma) o que os faz cometer três erros (gerando as distorções cognitivas abaixo:

• Sistematicamente distorcem a realidade, aplicando um viés negativo (catastrofização e rotulação).

• Processam seletivamente determinados recortes do real, os quais combinam com seu negativismo e, descartam os outros (abstração seletiva e desqualificação do positivo).

• Um vez cometida uma distorção, resistem à desconfirmá-la.

Segundo essa teoria, a cognição é que seria o fator central da depressão, pois seria influenciada por ela (pelas distorções) que o humor se deprimiria e não o contrário – do humor deprimido causar os pensamentos pessimistas. Segundo essa hipótese teórica, na qual a TCC se apoia, o paciente depressivo passa a ter mais possibilidades de ação, podendo atuar sobre o causador de seu transtorno, ao invés de ficar à mercê do seu humor, como se não houvesse o que fazer ou como controlá-lo.

** Para que haja um diagnóstico de depressão, diversos desses sintomas acima precisam ocorrer por no mínimo 2 semanas e manterem-se constantes durante esse período. Procure um psicólogo e psiquiatra para o diagnóstico.  no link abaixo você terá acesso aos critérios de diagnóstico de depressão, segundo a Organização Mundial da Saúde.

“A DEPRESSÃO É ALGO INCAPACITANTE”.( Depressão Maior – Critérios de Diagnóstico Segundo o CID 10)