E agora, quem poderá me defender?

Vocês sabiam que todos nós usamos mecanismos de defesa no dia a dia? Eles surgem automaticamente em situações de angústias e incômodos. É individual, cada pessoa tem seu mecanismo de escolha, ah, não é consciente, é quase que automático. Vamos construindo-os de acordo com nossa personalidade, somada ao que o ambiente nos oferece de práticas, visões, percepções.

Seus mecanismos de defesa estão de fato te defendendo?

É importante referir que não temos controle sobre os mecanismos de defesa porque são inconscientes. Além disso utilizá-los não é de forma alguma sinal de defesa, mas sim que os nosso sistema de proteção funciona corretamente. É de referir também um determinado comportamento ou atitude pode ter muitas explicações, os exemplos dados podem dever-se a outros fatores e não exclusivamente a mecanismos de defesa.

Por exemplo:

  • Negação: Surgiu um grave problema. O que você faz? Nega esse problema? Não o enxerga? Não vai em busca de se aprofundar na situação pois seria muito difícil perceber tudo que está acontecendo?
  • Sim, você age diferente, você enxerga o problema, mas, busca outro meio de satisfação, já que aquele é um “problema vivo”. Como estou triste aqui, vou buscar um prazer lá ( já que não tenho um amor, vou comer, pois me faz tão bem comer )

Mas, como já dissemos aqui, esses comportamentos normalmente não são conscientes e racionais: Estou com um problema e me  recuso a olhá-lo de frente pois vai me magoar – Ou – Estou sentindo um vazio dentro de mim pois estou sem um namorado e então vou preencher esse vazio com a comida pois me faz bem.

Bem, mecanismos de defesa podem não nos defender se existir exageros ( como em dobro para compensar a falta de um amor, não vai compensar a falta de um amor e se for exagerada essa necessidade de preencher esse vazio com a comida, você pode engordar, e construir um problemas com sua saúde e auto estima.

Qual seria o mundo ideal?  (Vamos manter o mesmo exemplo pois é muito usual)

Situação: A pessoa não tem um namorado e deseja ter um.

  • Foco sem desespero.

Você fazer o que for possível para namorar (procuro conhecer pessoas de diferentes maneiras e lugares, deixo meu coração livre para amar, me cuido, etc). Sempre pensando no equilibro: Não vou ficar 24h de meu dia me dedicando para ter um namorado, mas também não vou deixar esse tema no congelador.

 

  • Independência

Ok, você está em equilíbrio, e ainda não surgiu esse amor, agora vamos para o passo 2? Aprender a viver bem com você mesma/o. Como? Experimentando ir a um parque sozinha/o ou acompanhada/o, experimentando sair para comer sozinha/o ou acompanhada/o, experimentando viajar sozinha/o ou não. Aprender a não se limitar por estar só, não depender de uma outra pessoa  para se movimentar, para sair de casa. Nessa experiência você vai perceber o que é bom fazer sozinha/o, e o que não é.  As experiências trazem resultados diferentes para cada um. Algumas pessoas vão amar ir ao cinema sozinho/a outras vão detestar, mas podem sentir que a experiência de ir ao parque , shopping ou viagens só pode ser uma boa… Assim, permita-se descobrir o que vai te fazer bem ou sentir paz em fazer só.

 

  • Sentir e Respeitar seu momento

É bacana fazer com amigos, mas já esteve com uma companhia que pensou: Nossa, não fiz boa escolha hoje. Alguns dias estamos voltados a nos doar ao outro, o que é muito louvável, alguns dias, queremos só estar em paz e temos que nos respeitar diante de nosso momento. Conseguir falar não e acreditar que seu amigo, empático, vai entender sua necessidade do momento, com boa comunicação ninguém sai ferido, repito, com boa comunicação. Se eu fosse transparente com meu amigo o que será que ele escolheria? Me ver fazendo o que estou com vontade ou me obrigar a estar com ele, para satisfazer o desejo dele? Ou melhor, inverta essa pergunta à você.

 

  • Aprender com os acontecimentos

Escolha estar em paz com você. Entende que não há regras nessas escolhas, e sim a busca por estar serena/o no seu dia a dia, em casa ou fora dela, com ou sem companhia, seja de amigos, de familiares ou de amor. Viver a vida a seu modo, reconhecendo a experiência que cada momento pode te proporcionar, seja um momento que não queria reviver, ou um momento que queira repetir. Aprendendo sempre com os acontecimentos. O que não é aprendido, volta.

  • Ser feliz

Viver, e não ter a vergonha de ser feliz, cantar e cantar e cantar a

grandeza de ser um eterno aprendiz…

 

CONHEÇA MAIS A FUNDO OS 15 MECANISMOS DE DEFESA DO EGO:

O Ego protege a personalidade contra a ameaça ruim. Para isso, utiliza-se dos chamados mecanismos de defesa. Todos estes mecanismos podem ser encontrados em indivíduos saudáveis, e sua presença excessiva é, via de regra, indicação de possíveis sintomas neuróticos ou, em alguns casos extremos, sintomas psicóticos. Portanto, mecanismos de defesa são ações psicológicas que têm por finalidade, reduzir qualquer manifestação que pode colocar em perigo a integridade do Ego.

Compensação: é uma forma de o indivíduo garantir um equilíbrio entre as suas características em termos de qualidades e deficiências.

Exemplo: o sujeito não se considera bom em gramática, mas tira excelentes notas em matemática.

Negação: o sujeito nega a existência da dor, ansiedade e outros sentimentos que representem o desprazer ao indivíduo.

Exemplo: diante do término de um namoro, o sujeito pode dizer “Está tudo bem. Eu nunca gostei dele (a) mesmo. Estou ótimo (a)!”

Regressão: é um mecanismo onde o sujeito retorna a um estágio anterior à situação que causa  desconforto/desprazer ao sujeito. Nessa fase anterior, geralmente o prazer era mais imediato e não havia a existência das circunstâncias atuais que causam desprazer. Pode ser benéfico pois nos permite ter uma outra perspectiva da situação, pois a angústia é temporariamente afastada; porém, se for usado demais, pode levar o sujeito à fantasia e fuga da realidade.

Exemplo: diante do falecimento de um ente querido, o sujeito decide, por exemplo, ficar brincando somente com seus brinquedos, pois isso o trás de volta ao período infantil.

Identificação: ocorre quando o sujeito assimila as características dos outros (geralmente de pessoas que são modelos para esse sujeito). O sujeito deseja ter as mesmas características para si mesmo.

Exemplo: crianças que possuem os mesmos comportamentos dos pais.

Sublimação: é um mecanismo bastante útil ao lidar com as demandas e conflitos criados pelo Id e superego. Quando o ego não consegue satisfazer uma necessidade imediata, ele gratifica o Id de outra forma, de uma forma que seja mais aceitável pelo superego. É a partir da sublimação, segundo a psicanálise, que podemos nos tornar sujeitos civilizados.

Exemplo: alguém que não pode ter filhos apega-se aos bichinhos de estimação.

Racionalização: é quando o sujeito procura respostas lógicas para afastar o sofrimento.

Exemplo: diante de uma situação que cause sofrimento, a pessoa costuma fazer a si mesma tantos  questionamentos – e questionamentos dentro dos questionamentos – que acaba deixando o sofrimento de lado. É comum o sujeito criar muitas teorias, e teorias sobre teorias, a fim de tentar explicar e justificar para si mesmo uma determinada situação.

Formação reativa: ocorre uma inversão do desejo real. A pessoa tenta de forma lógica explicar os acontecimentos, mas tudo isso é uma forma de disfarçar os verdadeiros desejos, que estão ocultos.

Exemplo: o sujeito possui uma postura e atitude extremamente rígidas com relação à sexualidade, pode estar ocultando seu lado sexual mais libertino e o que a sociedade consideraria imoral.