Resolvi falar da síndrome do pânico por ter sido o maior motivo de busca de tratamento na clinica nesse mês. Em segundo lugar de procura desses últimos dias foi a depressão com pensamentos suicidas… deixamos esse tema para a próxima semana.
Vamos começar por um ponto mega importante, entender o que se passa com uma pessoa que está tendo uma crise de pânico. E por que ela não reage quando as pessoas dizem que é coisa da mente dela.
Case 1)
O que acontece quando um cachorro raivoso avança em sua direção e você não tem para onde correr? Imediatamente seu corpo fala e em 1 segundo você se transforma em puro desespero: O coração dispara, as pernas somem, a respiração fica ofegante, frio na barriga… o que mais acontece? Pensa que já era, que algo muito ruim vai acontecer… aquilo não pode acabar bem… Essas são reações normais do corpo e mente frente ao perigo. Sintomas físicos e emocionais te envolvem por completo, vê o medo, a ansiedade, os sintomas, tudo junto, misturado, sem controle. Mas, então, antes que algo ruim aconteça, o dono do cachorro aparece e tudo vai voltando ao normal, que alívio gostoso. O perigo acabou.
Case 2)
Medo de morrer + sintomas.
E então, sem que nada aconteça, um monte de sensações desconfortáveis, ou melhor , desesperadoras tomam conta da mente, e mais, do corpo. A sensações físicas são reais… Palpitações, dor no peito, falta de ar, queimação, tontura, formigamento, dor de cabeça, não, isso não é só dor, é uma pressão muito forte na cabeça, um mal estar, nossa, quanto mal estar.
Bem, todo mundo teria ansiedade numa situação do case 1. Na ansiedade que todo mundo sofre o corpo emite reações naturais frente ao perigo. Qual a diferença nisso tudo? O estímulo.
Case 1 e case 2 trazem sintomas parecidos porém o case 1 tem um estímulo para as sensações (ataque do cachorro) e o case 2 não tem um estímulo que justifique essas sensações, se refere ao ataque de pânico. Sintomas sem estímulo proporcionais às sensações, e, muitas vezes, sem estímulos. Imagine você, sentir tudo que você sente num ataque de cachorro, mas sem que exista o ataque do cachorro, sem que exista nada que justifique você começar a ter sintomas físicos. Entende por que quem passa por um ataque de pânico não vai se acalmar quando você falar que é coisa da mente dele? O que ele sente tem mais poder do que o que você fala. Ele perdeu o controle sobre o corpo, o medo o aterroriza, acredita que está prestes a ter um infarto pois sente seu coração acelerado, falta de ar, ou acredita que a pressão forte na cabeça e por que está tendo um AVC ou que tem um tumor na cabeça, enfim, acredita que está prestes a morrer. Pensa em tudo que vai deixar, o que tem para fazer . É, caros leitores, é muito sofrido passar por isso, só em descrever já me sensibilizo com essas pessoas.
Você sabia que, apesar das sensações reais de falta de ar, menos de 50% dos casos apresentam de fato reduções reais dos valores respiratórios de dióxido de carbono durante ataques de pânico?
“ A ansiedade é um recurso extra para lidar com situações difíceis. Auxilia você a lutar ou fugir quando se defronta com o perigo, e o medo decorre muito mais de uma interpretação errada ou distorcida das sensações físicas do que de algum perigo real“ (Manfro, Heldt e Cordiolli, 208 p. 438)
Certamente, quando os sintomas passarem, essa pessoa vai querer se consultar com médicos especialistas e quando esse falar que está tudo bem fisicamente, vai duvidar, vai buscar uma segunda ou terceira opinião… 6 meses depois vai querer repetir os exames… etc
Como ajudar uma pessoa com ataque de pânico?
Bem, o tratamento com psicóloga que atue na linha cognitivo comportamental é super bem vindo pois o paciente vai entender como ele funciona, seus gatilhos para desencadear a crise e como evitá-las. Aprende que nem todas as vezes que o coração dispara evolui para a crise … aprende a voltar a ter o controle sobre seu corpo.
Leia também sobre os critérios de diagnóstico para a síndrome do Pânico, segundo a organização mundial da saúde (OMS):
http://www.diasparaviver.com/blog.html – Síndrome do Pânico: Conjunto de Sintomas físicos e psíquicos sem causa aparente (levando ao medo de morrer ) 27 de Abril, 2016
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