A depressão e o suicídio estão fortemente relacionados.
Os pensamentos suicidas vêm: Ora mais sutis (vontade de sumir, fugir, desaparecer), ora mais fortes (vontade de morrer, de se jogar, de acabar com tudo)
Quantos jovens, para mostrar que são fortes, acabam cometendo atos suicidas sem consciência do risco que se coloca?
Assim, o pensamento suicida é amplo, consciente ou inconsciente.
“Em alguns casos um depressivo sente uma culpa por sentir o que sente, por pensar o que pensa. Essa sensação de ser um fraco algumas vezes pode levá-lo a pensar que não vai ter solução e pode fazer com que ele queira terminar com tudo isso que sente”
“Lutar todos os dias, sem mudança nenhuma cansa muito”,
“Cansei de lutar”,
“Sou um peso na vida das pessoas”
”Sou uma decepção para meus pais”
”Não queria ser fraco assim”
São frases constantes no atendimento de pacientes com depressão… o mais repetitivo é relacionar a depressão à fraqueza.
Vamos lá… A depressão é uma doença, certo? A doença é opcional? A pessoa pode escolher ficar doente ou não? Temos esse controle?
Essas perguntas são dirigidas às pessoas que estão com depressão, e para os entes queridos, pois, percebo que os dois têm dificuldade para compreender esse diagnóstico. Sim, até mesmo o próprio paciente entra em contradição, se envergonha e acredita que é culpado por não conseguir realizar as atividades como qualquer pessoa o faria.
Voltando aos questionamentos iniciais: A depressão é uma doença, certo? A doença é opcional? A pessoa pode escolher ficar doente ou não? Temos esse controle? Resposta: Não. Não podemos escolher ter ou não ter uma doença. Podemos sim escolher fazer ou não fazer o tratamento.
A maior dificuldade em compreender a doença se mostra na dualidade que a pessoa vive. Se está bem fisicamente, se força a estar psicologicamente, e tem que fazer suas coisas normalmente.
Eu não estou com o braço quebrado, por que não consigo organizar minhas coisas, minha mesa, arrumar a casa ?
Eu não estou com febre, por que quero voltar para casa para ficar deitado?
Fisicamente está tudo bem com a pessoa e isso a leva a crer que ela está capacitada a exercer suas funções normalmente, como qualquer outra pessoa. Esquece que se trata de uma doença emocional (e não física). Os sintomas da doença não são visíveis por fora, pois eles se mostram internamente (redução de um neurotransmissor – serotonina, pensamentos e sentimentos inadequados ).
Pense comigo: Se uma pessoa com epilepsia tem uma crise e desmaia, ela deve ser ajudada correto? Ela tem uma doença e teve uma crise, ela não tem culpa por ter tido uma crise em qualquer dia ou em qualquer lugar. Ela precisa se reestabelecer, seguir seu tratamento ou procurar seu médico, e, provavelmente, não vai trabalhar naquele dia.
Vamos agora pensar na pessoa com depressão que teve uma crise, nesse caso ela precisa ser ajudada, certo? Ela tem uma doença e teve uma crise, ela não tem culpa por ter tido uma crise em qualquer dia ou em qualquer lugar. Ela precisa se reestabelecer, seguir seu tratamento ou procurar seu médico, e, provavelmente, não vai trabalhar naquele dia.
Percebem como é importante seguirmos o padrão nos dois casos? Se trata de doença e todas as doenças exigem um tratamento.
O que muda nesses exemplos? Doença (Neurológica) x Doença (Emocional) .
Insisto: Doença X Doença . Por que uma deve ser menos valorizada do que a outra?
Um diagnóstico de depressão, é uma doença que traz sintomas. Enquanto as pessoas não identificarem os sintomas da doença, vão demorar para buscar tratamento e o quadro pode se agravar.
Seguem alguns exemplos de queixas frequentes das pessoas relacionadas com sintomas da doença. Isso não significa que se a pessoa tiver um sintoma ela tenha o diagnóstico. O diagnóstico é feito por psicólogos ou psiquiatras, seguindo os critérios de diagnóstico da organização mundial da saúde. Esses exemplos servem apenas para elucidar a necessidade de buscar um especialista, caso se identifique ou identifique alguém nesse estado emocional. A parte escrita em preto são algumas queixas que ouço e a parte escrita em azul são alguns dos sintomas da depressão, segundo a OMS (organização mundial de saúde).
(1) humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, indicado por relato subjetivo (por ex., sente-se triste ou vazio) ou observação feita por outros (por ex., chora muito).
Nota: Em crianças e adolescentes, pode ser humor irritável
(2) interesse ou prazer acentuadamente diminuídos por todas ou quase todas as atividades.
(8) capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se, ou indecisão, quase todos os dias (por relato subjetivo ou observação feita por outros).
(9) pensamentos de morte recorrentes (não apenas medo de morrer), ideação suicida recorrente sem um plano específico, tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio.
Segue o link de todos os critérios de diagnóstico, segundo a OMS
http://diasparaviver.blogspot.com.br/2016/04/a-depressao-e-algo-incapacitante.html
Depressão e Suicídio:
O agravamento de crises de depressão é um dos diversos processos dos pensamentos suicidas. A falta de expectativa do tratamento, a descrença em ter de volta a vida saudável.
E se algum ente querido falar que pensou em se matar, o que fazer?
Muitas pessoas julgam que alguém queira chamar a atenção quando fala em se matar.
Todo mundo que fala em se matar deve ser ouvido! Deve ser encaminhado a especialistas.
Bem, sei que o tema é difícil de abordar mas é necessário. O risco é real. Com atitudes positivas podemos fazer a pessoa sentir que pode ser diferente, que há luz no fim do túnel, que o fim do poço pode ser o impulso para sair do buraco.
Um abraço demorado,
Psicóloga Ednea Dias
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